O ano de 2018 foi decisivo para o meu diagnóstico de Endometriose e gostaria de compartilhar com vocês tudo o que aprendi sobre essa doença.
O QUE É ENDOMETRIOSE?
A Endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de endométrio (tecido que reveste o útero) fora da cavidade uterina. O endométrio é uma mucosa (uma camadinha gelatinosa) que reveste a parede interna do útero, ele costuma se desenvolver durante o ciclo menstrual se preparando para receber o óvulo quando este é fertilizado. O espessamento do endométrio é fomentado pelo hormônio estrogênio que é produzido nos ovários. Se não houver fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra no útero volta a crescer e o processo todo se repete a cada ciclo. Então, nós mulheres não liberamos apenas sangue ao menstruar, na verdade estamos expelindo o excesso de endométrio.
A doença pode ocorrer em vários locais na cavidade pélvica e fora dela, aliás, é exatamente a presença de endométrio fora da cavidade uterina que a caracteriza, uma vez que isso, pode acarretar em uma série de sintomas e complicações. As células de endométrio são levadas através da corrente sanguínea e podem atingir muitos lugares diferentes. Ao se aderirem em outros locais, as células voltam a se desenvolver em um novo ciclo menstrual, ou seja, começam a se reproduzir neste novo local como se ali também fosse um possível destino para o óvulo fecundado, porém, como não se trata do útero os vestígios são dificilmente eliminados e a doença se agrava a cada novo ciclo. Veja para quais locais o endométrio pode migrar:
- Ovários;
- Bexiga;
- Peritônio (tecido que recobre os órgãos);
- Intestino;
- Ligamentos localizados atrás do útero (útero-sacros);
- Região atrás do colo uterino (retrocervical);
- Nervo ciático;
- Pulmões e Cérebro (tipo mais severo da doença, em que o endométrio alcança órgãos fora do sistema reprodutivo).
QUAIS AS CAUSAS DA ENDOMETRIOSE?
Ainda não se sabe ao certo a causa da endometriose, mas sabemos que há um fator genético, já que filhas de mulheres com formas avançadas da doença têm até seis vezes mais chances de desenvolver o problema.
Causas da Endometriose |
Alguns outros fatores podem contribuir no aparecimento da doença, como a pré-existência de doenças da tireoide (tireoide de Hashimoto), má alimentação, sono irregular e o estresse.
TIPOS DE ENDOMETRIOSE:
A endometriose pode ser classificada pela região atingida (ovariana, pulmonar, pleural etc) e pelo grau de acometimento da doença, sendo:
Leve: as dores e os sintomas são suportáveis e, na maior parte das vezes, a paciente não necessita do uso de medicamentos, mas precisará de acompanhamento para controle da evolução da doença. Nesse estágio, os sintomas são confundidos com uma cólica menstrual comum (sabe aquela velha história: coisa de mulher 😒) e aqui está o perigo em deixar a doença evoluir para graus mais severos se não for diagnosticada e acompanhada.
Moderada: normalmente a paciente necessita do uso de medicamentos para controlar os sintomas com frequência (um remedinho para cólicas aqui, um para dor muscular ali), mas descobrir a doença aqui é essencial, pois manter esta auto-medicação sem o tratamento adequado só agravará o seu estado.
Profunda: mesmo com o uso de substâncias analgésicas a paciente continua sentindo fortes dores, que chegam a ser, em alguns casos, incapacitantes, mas não se engane, porque a endometriose profunda pode NÃO apresentar sintomas e os exames de rotina no ginecologista são ineficientes para o rastreamento da doença, por isso, apenas um médico especialista com o seu histórico e exames adequados conseguirá obter o correto diagnóstico. Muitas mulheres acabam descobrindo o problema apenas ao tentar engravidar naturalmente sem obter sucesso, quando a endometriose já obstruiu as trompas e atingiu os ovários.
SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE:
Os sintomas mais comuns da endometriose são erroneamente atribuídos à uma simples menstruação, sendo assim, é normal não procurarmos um médico e realizarmos exames específicos. A grande maioria das mulheres descobre a doença apenas em estágios avançados, quando a endometriose já acometeu outros órgãos e há uma compilação de sintomas. Veja alguns dos sintomas mais comuns:
- Dismenorreia: cólica menstrual que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais (muitas mulheres sofrem desmaios e precisam de medicação intravenosa para aliviar a dor);
- Dispareunia: dor durante as relações sexuais;
- Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
- Alteração do trato intestinal durante a menstruação, com diarreia ou prisão de ventre;
- Dor pélvica contínua não relacionada a menstruação;
- Sensação de estufamento na barriga e região pélvica constantemente;
- Infertilidade;
- Fadiga.
E aqui quero compartilhar os sintomas que tive e que foram os primeiros a me chamar a atenção, já que mesmo sofrendo a maioria dos listados acima, ainda acreditava ser algo "normal" ou "coisa de mulher":
- Corrimentos com vestígios de sangue durante duas, três ou mais semanas após o término da menstruação. Pesquisando sobre, descobri que algumas mulheres podem também permanecer menstruadas por longos períodos de dias, situação nada normal e que deve ser investigada;
- Expelir vestígios de endométrio (peles ou filamentos) e coágulos de sangue, que conseguia observar melhor sempre ao urinar.
Então, se você está iniciando a sua fase reprodutiva (ou seja, começou a menstruar agora, por volta dos 10, 11 ou 12 anos de idade), se você é adolescente ou uma mulher adulta e sofre com fortes dores pélvicas, cólicas menstruais, um ou mais destes sintomas, procure um médico e peça a investigação dessa suspeita.
Uma característica que encontramos em grande parte das pacientes é que estas começaram a menstruar cedo, por volta dos 10/11 anos de idade (como no meu caso), com um fluxo intenso e sempre apresentaram cólicas menstruais fortes, porém, sempre foram negligenciadas por pais, médicos e por seus próprios hábitos. Infelizmente, também descobri a minha endometriose em estágio profundo, depois de passar por todas estas etapas sem tomar quaisquer providências.
DIAGNÓSTICO
Após começar a prestar atenção a esta alta quantidade de sintomas e em como eles estavam afetando a minha rotina diária decidi ir ao ginecologista e já lhe falar sobre essa suspeita, então, foram solicitados alguns exames iniciais:
- CA 125: exame sanguíneo que mede a presença de marcadores tumorais e que costuma se elevar na presença de endometriose, porém, este exame está se tornando obsoleto, já que mulheres com outras patologias também apresentam alterações e mulheres com estágios avançados de endometriose podem apresentar resultados normais;
TIPOS DE ENDOMETRIOSE:
A endometriose pode ser classificada pela região atingida (ovariana, pulmonar, pleural etc) e pelo grau de acometimento da doença, sendo:
Leve: as dores e os sintomas são suportáveis e, na maior parte das vezes, a paciente não necessita do uso de medicamentos, mas precisará de acompanhamento para controle da evolução da doença. Nesse estágio, os sintomas são confundidos com uma cólica menstrual comum (sabe aquela velha história: coisa de mulher 😒) e aqui está o perigo em deixar a doença evoluir para graus mais severos se não for diagnosticada e acompanhada.
Moderada: normalmente a paciente necessita do uso de medicamentos para controlar os sintomas com frequência (um remedinho para cólicas aqui, um para dor muscular ali), mas descobrir a doença aqui é essencial, pois manter esta auto-medicação sem o tratamento adequado só agravará o seu estado.
Profunda: mesmo com o uso de substâncias analgésicas a paciente continua sentindo fortes dores, que chegam a ser, em alguns casos, incapacitantes, mas não se engane, porque a endometriose profunda pode NÃO apresentar sintomas e os exames de rotina no ginecologista são ineficientes para o rastreamento da doença, por isso, apenas um médico especialista com o seu histórico e exames adequados conseguirá obter o correto diagnóstico. Muitas mulheres acabam descobrindo o problema apenas ao tentar engravidar naturalmente sem obter sucesso, quando a endometriose já obstruiu as trompas e atingiu os ovários.
SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE:
Os sintomas mais comuns da endometriose são erroneamente atribuídos à uma simples menstruação, sendo assim, é normal não procurarmos um médico e realizarmos exames específicos. A grande maioria das mulheres descobre a doença apenas em estágios avançados, quando a endometriose já acometeu outros órgãos e há uma compilação de sintomas. Veja alguns dos sintomas mais comuns:
Sintomas da Endometriose |
- Dispareunia: dor durante as relações sexuais;
- Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
- Alteração do trato intestinal durante a menstruação, com diarreia ou prisão de ventre;
- Dor pélvica contínua não relacionada a menstruação;
- Sensação de estufamento na barriga e região pélvica constantemente;
- Infertilidade;
- Fadiga.
E aqui quero compartilhar os sintomas que tive e que foram os primeiros a me chamar a atenção, já que mesmo sofrendo a maioria dos listados acima, ainda acreditava ser algo "normal" ou "coisa de mulher":
- Corrimentos com vestígios de sangue durante duas, três ou mais semanas após o término da menstruação. Pesquisando sobre, descobri que algumas mulheres podem também permanecer menstruadas por longos períodos de dias, situação nada normal e que deve ser investigada;
- Expelir vestígios de endométrio (peles ou filamentos) e coágulos de sangue, que conseguia observar melhor sempre ao urinar.
Então, se você está iniciando a sua fase reprodutiva (ou seja, começou a menstruar agora, por volta dos 10, 11 ou 12 anos de idade), se você é adolescente ou uma mulher adulta e sofre com fortes dores pélvicas, cólicas menstruais, um ou mais destes sintomas, procure um médico e peça a investigação dessa suspeita.
Uma característica que encontramos em grande parte das pacientes é que estas começaram a menstruar cedo, por volta dos 10/11 anos de idade (como no meu caso), com um fluxo intenso e sempre apresentaram cólicas menstruais fortes, porém, sempre foram negligenciadas por pais, médicos e por seus próprios hábitos. Infelizmente, também descobri a minha endometriose em estágio profundo, depois de passar por todas estas etapas sem tomar quaisquer providências.
DIAGNÓSTICO
Após começar a prestar atenção a esta alta quantidade de sintomas e em como eles estavam afetando a minha rotina diária decidi ir ao ginecologista e já lhe falar sobre essa suspeita, então, foram solicitados alguns exames iniciais:
Exames específicos para o diagnóstico de Endometriose |
- Ressonância Magnética: exame de imagem, neste caso, realizado com preparo intestinal (geralmente laxante via oral na véspera do exame) e dieta pobre em resíduo nas 24 horas que o antecedem; distensão vaginal com gel para avaliar com detalhes se há comprometimento da parede vaginal; antiespasmódico endovenoso (Buscopan ou similar), utilizado como rotina nos exames de avaliação do abdome para reduzir os movimentos pélvicos, que podem causar alterações nas imagens e contraste endovenoso para melhorar a reprodução das imagens. Este é o melhor método de imagem para avaliação das lesões ovarianas, tornando possível a diferenciação entre os vários tipos de cistos com conteúdo espesso. É considerado o padrão ouro para caracterização de endometriomas ovarianos com taxas de sensibilidade e especificidade acima de 95%, mesmo quando pequenos. Os endometriomas são cistos manifestados pela endometriose. Cistos com mais de 1 cm são diagnosticados corretamente na grande maioria das vezes pela RM;
- Exame ginecológico: o exame de toque pode constatar a presença de aderências e lesões que geralmente causam dor quando em contato ao toque;
Os resultados destes exames iniciais confirmaram a suspeita e então minha surpresa foi a reação do médico ginecologista que se preocupou apenas em me receitar um anticoncepcional de uso contínuo para bloquear a minha menstruação (como já dito, a cada novo ciclo menstrual as aderências vão aumentando e se espalhando).
Minha decepção foi saber que este médico não estava interessado em tratar a endometriose, tão pouco se preocupou em saber sobre os meus sintomas, apenas me receitou uma pílula a qual piorava e muito o meu histórico de acne (veja o meu post sobre o tratamento com Roacutan aqui) e não quis avaliar a extensão dos danos já existentes, por isso, parti em busca de um médico especialista e encontrei um anjo no Youtube, a Doutora Graciela Morgado, que atende aqui em São Paulo no bairro de Moema.
A minha primeira consulta durou exatamente DUAS HORAS, isso mesmo, esse anjo passou duas horas conversando comigo e meu marido em seu consultório, realizando os exames de toque com todo o cuidado possível e entendendo todo o meu histórico de sintomas, desde a minha primeira menstruação aos 11 anos de idade. A doutora não apenas ouviu sobre quais eram os meus sintomas, mas também quis saber qual o impacto deles em minha qualidade de vida, no fim da consulta, até o meu marido tinha exames para fazer kkk pois tinha se queixado de alguma fadiga e ela se preocupou em investigar.
O exame principal que mapeou a extensão das lesões foi o Ultrassom Transvaginal com doppler colorido e preparo intestinal (este preparo inclui laxante via oral na véspera do exame e laxante retal no dia do exame) e dieta pobre em resíduo nas 24 horas que o antecedem , realizado na clínica Chamié pela Doutora Luciana Pardini que também é um amor de pessoa e me pediu desculpas por ter de realizado o exame enquanto eu sentia dor.
Quando há comprometimento do intestino pela endometriose a ultrassonografia com preparo é superior em relação aos demais métodos para a identificação de múltiplos focos e determinação das camadas da parede intestinal que estão comprometidas. Também é possível determinar o local da lesão intestinal, bem como, a sua distância em relação à borda anal.
O resultado além do laudo e imagens comuns aos demais exames de ultrassonografia inclui também um desenho que mostra as regiões afetadas e que simplifica o entendimento sobre o seu caso específico. No desenho acima é possível identificar os endometriomas no ovário direito e as lesões no útero e intestino, também presentes no nervo da perna direita e começando a atingir o ureter direito.
TRATAMENTO
Inicialmente sempre se dá preferência aos tratamentos clínicos, ou seja, tratamentos medicamentosos que podem bloquear a menstruação evitando o agravo da doença, medicações com o hormônio progesterona que diminuem os sintomas da endometriose e podem inclusive diminuir as lesões já existentes. Também é indicada a fisioterapia, já que muitas mulheres sofrem com as dores pélvicas durante a relação sexual ou dores lombares, sendo assim, devem trabalhar os músculos que criam pontos de tensão e provocam dor.
O tratamento cirúrgico é indicado para os casos de endometriose profunda, quando esta já atingiu órgãos essenciais, por exemplo:
- Há obstruções intestinais (as aderências estão tão infiltradas no intestino que impedem a evacuação normal das fezes);
- Há obstruções nos ureteres (as aderências estão infiltradas nos canais que levam a urina do rim para a bexiga);
- Há aderências nos nervos das pernas que impactam na capacidade de locomoção da paciente;
- Há endometriomas nos ovários que medem acima de 4/5cm.
- Há comprometimento da fertilidade e o desejo da mulher em engravidar naturalmente, por exemplo, obstrução das tubas uterinas.
Mas cada caso deve ser analisado junto ao seu especialista, levando em consideração os seus exames, sintomas, desejo de engravidar e o quanto a sua qualidade de vida está afetada pela endometriose.
No meu caso, após retornar à clinica da Doutora Graciela com todos os resultados em mãos ficou decidido que podemos aguardar para a realização de uma cirurgia para a remoção das aderências e endometriomas, apesar de eu apresentar o estágio profundo da doença, isso porque a medicação está surtindo efeito e os sintomas que antes me assustavam e causavam dor desapareceram com o uso da medicação. Como os meus endometriomas estão abaixo do tamanho indicado para a cirurgia de remoção e como não há obstruções posso levar a vida com a medicação e o acompanhamento anual refazendo os exames para controle.
Claro que, havendo qualquer alteração ou retomada de sintomas neste período devo retornar à clínica o quanto antes, mas algo que também aprendi sobre endometriose é que ela NÃO possui cura. Também descobri que somos mais de 7 milhões de brasileiras endopacientes e que cerca de 10 a 15% da população feminina em idade fértil sofre com a doença em todo o mundo.
Mesmo a cirurgia, geralmente videolaparoscopia (pequenos buraquinhos no abdômen para inserir instrumentos que permitem retirar ou queimar o tecido endometrial) que removem as aderências ou os endometriomas não curam a paciente, pois o hormônio estrogênio produzido pelos ovários continuará a fomentar a formação de endométrio e em alguns casos é impossível a completa remoção das aderências já existentes em locais de difícil acesso, ou seja, os focos espalhados continuarão a se alimentar do estrogênio, mesmo que a mulher não possua mais o útero revestido pelo endométrio.
A Histerectomia Total ou remoção do útero, ovários, trompas só é indicada para os casos mais severos de endometriose e quando não há o desejo de engravidar, mesmo assim, tal procedimento resulta no adiantamento da menopausa e seus riscos devem ser contra-balanceados por seus benefícios.
CONTEÚDOS INTERESSANTES SOBRE O ASSUNTO
Se você ficou com dúvidas ou quer saber mais sobre o assunto, separei alguns sites que abordam o tema de maneira séria e atenciosa, locais inclusive, de onde retirei as principais informações deste post:
- A Endometriose: doutora Graciela Morgado (vídeos com especialistas).
- A Endo e Eu: blog dedicado ao assunto com muitas informações e recomendações.
- Hospital 9 de Julho: Núcleo de endometriose + Cartilha tudo o que você precisa saber sobre endometriose.
- TEDx Talks: Georgia Gabriela fala sobre sua pesquisa para facilitar o diagnóstico da endometriose - expondo as portas que se abriram a partir dessa iniciativa.
Especialista em Endometriose - Doutora Graciela Morgado |
O exame principal que mapeou a extensão das lesões foi o Ultrassom Transvaginal com doppler colorido e preparo intestinal (este preparo inclui laxante via oral na véspera do exame e laxante retal no dia do exame) e dieta pobre em resíduo nas 24 horas que o antecedem , realizado na clínica Chamié pela Doutora Luciana Pardini que também é um amor de pessoa e me pediu desculpas por ter de realizado o exame enquanto eu sentia dor.
Quando há comprometimento do intestino pela endometriose a ultrassonografia com preparo é superior em relação aos demais métodos para a identificação de múltiplos focos e determinação das camadas da parede intestinal que estão comprometidas. Também é possível determinar o local da lesão intestinal, bem como, a sua distância em relação à borda anal.
Resultado Ultrassom Transvaginal Endometriose - Chamié |
TRATAMENTO
Inicialmente sempre se dá preferência aos tratamentos clínicos, ou seja, tratamentos medicamentosos que podem bloquear a menstruação evitando o agravo da doença, medicações com o hormônio progesterona que diminuem os sintomas da endometriose e podem inclusive diminuir as lesões já existentes. Também é indicada a fisioterapia, já que muitas mulheres sofrem com as dores pélvicas durante a relação sexual ou dores lombares, sendo assim, devem trabalhar os músculos que criam pontos de tensão e provocam dor.
Tratamento da Endometriose |
- Há obstruções intestinais (as aderências estão tão infiltradas no intestino que impedem a evacuação normal das fezes);
- Há obstruções nos ureteres (as aderências estão infiltradas nos canais que levam a urina do rim para a bexiga);
- Há aderências nos nervos das pernas que impactam na capacidade de locomoção da paciente;
- Há endometriomas nos ovários que medem acima de 4/5cm.
- Há comprometimento da fertilidade e o desejo da mulher em engravidar naturalmente, por exemplo, obstrução das tubas uterinas.
Mas cada caso deve ser analisado junto ao seu especialista, levando em consideração os seus exames, sintomas, desejo de engravidar e o quanto a sua qualidade de vida está afetada pela endometriose.
No meu caso, após retornar à clinica da Doutora Graciela com todos os resultados em mãos ficou decidido que podemos aguardar para a realização de uma cirurgia para a remoção das aderências e endometriomas, apesar de eu apresentar o estágio profundo da doença, isso porque a medicação está surtindo efeito e os sintomas que antes me assustavam e causavam dor desapareceram com o uso da medicação. Como os meus endometriomas estão abaixo do tamanho indicado para a cirurgia de remoção e como não há obstruções posso levar a vida com a medicação e o acompanhamento anual refazendo os exames para controle.
Março - mês mundial de conscientização da Endometriose |
Mesmo a cirurgia, geralmente videolaparoscopia (pequenos buraquinhos no abdômen para inserir instrumentos que permitem retirar ou queimar o tecido endometrial) que removem as aderências ou os endometriomas não curam a paciente, pois o hormônio estrogênio produzido pelos ovários continuará a fomentar a formação de endométrio e em alguns casos é impossível a completa remoção das aderências já existentes em locais de difícil acesso, ou seja, os focos espalhados continuarão a se alimentar do estrogênio, mesmo que a mulher não possua mais o útero revestido pelo endométrio.
A Histerectomia Total ou remoção do útero, ovários, trompas só é indicada para os casos mais severos de endometriose e quando não há o desejo de engravidar, mesmo assim, tal procedimento resulta no adiantamento da menopausa e seus riscos devem ser contra-balanceados por seus benefícios.
CONTEÚDOS INTERESSANTES SOBRE O ASSUNTO
Se você ficou com dúvidas ou quer saber mais sobre o assunto, separei alguns sites que abordam o tema de maneira séria e atenciosa, locais inclusive, de onde retirei as principais informações deste post:
- A Endometriose: doutora Graciela Morgado (vídeos com especialistas).
- A Endo e Eu: blog dedicado ao assunto com muitas informações e recomendações.
- Hospital 9 de Julho: Núcleo de endometriose + Cartilha tudo o que você precisa saber sobre endometriose.
- TEDx Talks: Georgia Gabriela fala sobre sua pesquisa para facilitar o diagnóstico da endometriose - expondo as portas que se abriram a partir dessa iniciativa.
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