Vale a pena assistir?: Hemlock Groove, On My Block, Love e Switched at Birth |
Existem e já existiram algumas séries no catálogo da Netflix que simplesmente não deslancharam, não provocaram discussões acaloradas sobre a conduta do protagonista (#AMOYOU), tão pouco possuem fã-clubes espalhados pelas redes sociais declarando o seu amor diariamente.
Mas você pode se perguntar, será que vale a pena assistir essa ou àquela série? Bom, pra quem começou mas desistiu no primeiro episódio ou pra quem nem teve vontade de tentar, aqui vão algumas impressões sobre seriados que passam atualmente ou já passaram pela Netflix, assim, quem sabe você se anima, dá uma segunda chance ou decidi de uma vez que tal série não faz o seu estilo!
Algumas descrições podem conter um spoiler leve, porque eles são essenciais pra deixá-las mais atraentes, mas prometo não entregar o jogo:
1 - HEMLOCK GROOVE
Há pelo menos dois bons motivos para dedicar um tempinho a esta série: Famke Janssen e Bill Skarsgård. A atriz Famke Janssen é a nossa querida Jean Grey/Fênix da trilogia X-Men e é muito legal reconhecê-la no meio da trama de Hemlock (pelo menos quando eu assisti o seriado não esperava encontrá-la no elenco), sua personagem Olivia é dissimulada, malvada e como dizem algumas pessoas "Não vale uma cebola", mas a atuação da atriz é ótima e a gente pega o gostinho de vê-la em cena.
O ator Bill Skarsgård é nada menos do que o palhaço assombroso Pennywise no reboot do filme It: A Coisa. Na época de Hemlock ninguém poderia imaginar que o ator ficaria com expressões faciais tão sinistras atuando. Aqui, interpretando Roman, ele não está tão sombrio, mas também possui os seus mistérios sobrenaturais o que torna o personagem interessante.
Hemlock Groove: Peter e Roman |
Para arrematar temos o clima da pequena cidade que dá nome ao seriado e que possui uma empresa meio laboratório farmacêutico (tipo Maniac) meio Programa Arma X (Marvel), uma família rica e disfuncional com uma integrante super doce, a Shelley, que causa aversão em sua mãe por sua aparência física, ciganos, algum romance (ménage à trois), enfim, recomendo a primeira temporada, que possui boa trama e andamento, infelizmente, isso não se repete na segunda e terceira temporadas.
2 - ON MY BLOCK
Esqueça os seriados teens com adolescentes privilegiados em colégios particulares, festas muito loucas e visitas ao shopping. On My Block apresenta uma realidade totalmente diferente, com protagonistas representantes essencialmente de duas minorias nos Estados Unidos: negros e latinos. Mesmo em um ambiente hostil e marginalizado a série não se torna dramática ou pesada ao ponto de não ser indicada para todas as idades e o seu gênero é categorizado como Comédia.
On My Block: Jamal, Finnie, Ruby e Cesar |
O desfecho da primeira temporada é surpreendente (você torce, se emociona, prende a respiração) e a crítica não economizou elogios ao seriado. Apenas um mês após a sua estreia, a segunda temporada de On My Block já foi confirmada pela Netflix, ou seja, eu daria uma oportunidade enquanto dá tempo de maratonar tranquilamente.
3 - LOVE
Já ouviu falar em Judd Apatow? Se não ouviu, este é um famoso roteirista, produtor e diretor norte americano, conhecido por filmes como "O Virgem de 40 Anos", "Ligeiramente Grávidos", "Descompensada" e "Bem Vindo aos 40", além da aclamada série "Girls" do canal HBO. Se ligou no estilo das produções em que ele trabalha?! Love é assim também, um retrato cômico, ácido, (por vezes deprimente) e acima de tudo muito próximo da realidade em que vivemos hoje em dia.
Love: Mickey e Gus |
Confesso que você poderá dar uma cochilada entre um episódio e outro se a intenção for maratonar e que três temporadas foram mais do que o suficiente para o desfecho da série, então, recomendo assistir Love quando a intenção for apenas relaxar, sem suspense, sem sustos, sem emoções afloradas ou ação.
4 - SWITCHED AT BIRTH
Esse título já foi removido do catálogo da Netflix, mas não é difícil encontrá-lo por ai em sites e aplicativos de séries. Switched at Birth é uma produção que reúne temas únicos em séries, como a surdez que serve de base para a construção da personagem Daphne Vasquez (interpretada pela atriz Katie Leclerc, ouvinte na vida real, mas que possui a Síndrome de Meniere, um distúrbio degenerativo interno no ouvido cujos sintomas incluem perda auditiva).
Switched at Birth: Bay e Daphne |
Em determinado momento, as famílias descobrem a troca e você pode esperar muitas reviravoltas sobre essa notícia bombástica. A maneira como as famílias e principalmente as protagonistas trocadas encaram, aceitam ou não essa descoberta é bem complexa e ficamos nos perguntando como seria estar no lugar de uma delas. Vários momentos podem te fazer chorar, mas Switched at Birth ainda possui duas adolescentes como protagonistas, portanto, também não faltarão dramas da idade, muitas paqueras, a descoberta de responsabilidades para uma iminente fase adulta, sonhos e claro, as histórias paralelas sobre os integrantes de ambas as famílias.
Aprendemos muito com os personagens surdos, elenco formado por atores que realmente possuem perda auditiva. Na série é possível enxergar o preconceito a que são submetidas essas pessoas diariamente, as pequenas atitudes cabíveis a qualquer pessoa ouvinte que podem fazer a diferença para alguém surdo, as superações e conquistas na luta por direitos e igualdade, além de atuações comoventes como da atriz Marlee Matlen vencedora do Oscar de melhor atriz, pelo filme Os Filhos do Silencio, em 1986. (Você pode ver a lista completa de atrizes vencedoras do Oscar desde 1978 neste outro post aqui)
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